O mito de Prometeu e Pandora é um
dos mais famosos na cultura ocidental. Além das duas versões de Hesíodo (em Teogonia e em Os Trabalhos de os dias) foi abordado por Platão (Protágoras) e Ésquilo (Prometeu). No mito ocorre o momento em
que se distinguem de forma definitiva os deuses dos homens, o primeiro
sacrifício, a conquista do fogo e a criação da mulher (o belo mal) e,
consequentemente, a reprodução sexual. Reunindo tudo isto, temos o que os gregos
entendiam como ser humano, envolvendo o sacrifício, o trabalho, o sexo e o dom.
As duas versões do mito apresentam algumas diferenças, mas se complementam. A
primeira mulher (Pandora) somente é nomeada nos Trabalhos (Erga), onde
ela aparece de forma mais enfática. É Prometeu quem separa os pedaços do boi sacrificado
(Teogonia), e ao mesmo tempo distingue deuses (os imortais que recebem ossos e
gordura) e homens (os mortais que recebem as partes que alimentam). Já nos Erga
o alimento não é retirado do boi e sim da terra cultivada (trigo de Deméter). Com
a origem da primeira mulher, pelo sexo (do latim seco = cortar, separar) os
seres humanos (ánthropoi) são
separados em homens (ándres) e
mulheres (gynaikes) e, ao mesmo tempo,
é pelo sexo que se podem unir. Antes disso os homens naturalmente surgiam da
terra. A questão do dom e do trabalho está ligada ao presente de Zeus aos
homens: a mulher (Pandora). O dom é um presente dos deuses que não pode ser
recusado. É a partir da separação entre imortais e mortais que os homens passam
a ter a necessidade de trabalhar para viver.
1- Em os Trabalhos e os dias:
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2- Na Teogonia:
Créditos:
Christian Werner (Teogonia / Hesíodo).
Mary de Camargo Neves Lafer (Os trabalhos e os dias / Hesíodo)
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