sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Um dos mitos mais famosos da cultura ocidental: o mito de Prometeu e Pandora (a primeira mulher - o belo mal) nas duas versões do aedo Hesíodo.


O mito de Prometeu e Pandora é um dos mais famosos na cultura ocidental. Além das duas versões de Hesíodo (em Teogonia e em Os Trabalhos de os dias) foi abordado por Platão (Protágoras) e Ésquilo (Prometeu). No mito ocorre o momento em que se distinguem de forma definitiva os deuses dos homens, o primeiro sacrifício, a conquista do fogo e a criação da mulher (o belo mal) e, consequentemente, a reprodução sexual. Reunindo tudo isto, temos o que os gregos entendiam como ser humano, envolvendo o sacrifício, o trabalho, o sexo e o dom. As duas versões do mito apresentam algumas diferenças, mas se complementam. A primeira mulher (Pandora) somente é nomeada nos Trabalhos (Erga), onde ela aparece de forma mais enfática. É Prometeu quem separa os pedaços do boi sacrificado (Teogonia), e ao mesmo tempo distingue deuses (os imortais que recebem ossos e gordura) e homens (os mortais que recebem as partes que alimentam).  Já nos Erga o alimento não é retirado do boi e sim da terra cultivada (trigo de Deméter). Com a origem da primeira mulher, pelo sexo (do latim seco = cortar, separar) os seres humanos (ánthropoi) são separados em homens (ándres) e mulheres (gynaikes) e, ao mesmo tempo, é pelo sexo que se podem unir. Antes disso os homens naturalmente surgiam da terra. A questão do dom e do trabalho está ligada ao presente de Zeus aos homens: a mulher (Pandora). O dom é um presente dos deuses que não pode ser recusado. É a partir da separação entre imortais e mortais que os homens passam a ter a necessidade de trabalhar para viver.

1- Em os Trabalhos e os dias:






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2- Na Teogonia:





Créditos:

Christian Werner (Teogonia / Hesíodo).
Mary de Camargo Neves Lafer (Os trabalhos e os dias / Hesíodo)

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