A velha Matriz de São Sebastião já demolida.
UM PARADOXO NA HISTÓRIA DE DORES
DO INDAIÁ: Por que a “tosca e provisória capelinha colmada do Rancho da Boa
Vista” dedicada a Nossa Senhora das Dores, a freguesia tendo Nossa Senhora das
Dores como padroeira, e a igreja matriz construída tendo como orago São Sebastião?
A ideia de construção de uma
igreja definitiva e de um povoado nasceu entre o povo, que já precisava de dois
cemitérios, e porque se encontrava arruinada a capela do Rancho da Boa Vista.
“Quando se escoava na roda do
tempo, a sumir-se nas dobras do passado o século XVIII, habitavam estas
pitorescas e ubérrimas plagas sertanejas do vale do majestoso rio S. Francisco,
aquém da lendária Serra da Saudade, entre outros os seguintes fazendeiros – Cap.
Amaro da Costa Guimarães, na fazenda de Santa Fé; Manoel Gomes Batista, na
fazenda dos Gerais; Cap. Elias Pinto Coelho, na fazenda do Sobrado; e Manuel
Corrêa de Sousa, na fazenda dos Patos. Cogitavam estes fazendeiros fundar uma
povoação onde pudessem ter mais prontos os recursos da religião cristã e da
medicina, elevando suas vistas ao porvir e trazendo para este centro o
melhoramento e o comércio; entretanto,
Manuel Gomes Batista pretendia que fosse na fazenda dos Gerais, ou nas suas
imediações nas cabeceiras do córrego do Capim
Branco e Córrego do Cemitério,
nome este proveniente de um cemitério hoje abandonado que, naqueles tempos, aí
existiu. O Cap. Elias Pinto Coelho também queria que fosse na sua fazenda do
Sobrado, ou nas cabeceiras do Córrego de
N. Senhora, onde existiu também um cemitério velho, abandonado, tendo
apenas hoje, este e naquele, umas cruzes velhas que denotam seus lugares.”
(João Sabino Ribeiro)
Outra polêmica é quanto a quem
foi o responsável direto pela obra. Para Carlos Cunha Corrêa quem soube
resolver a divergência sobre o local a ser construída a igreja, e levar a cabo
tal empreendimento foi Manoel Corrêa de Souza, mantendo a escolha dos antigos, o
mesmo local da arruinada capelinha, ou seja, na Praça São Sebastião (P. Lacerda),
e foi ele quem doou cerca de seis alqueires de sua propriedade, que cercou com
valos de 2m de largura por 2m de profundidade, além de fornecer materiais e
dinheiro. Já Waldemar de Almeida Barbosa declara ter sido o Cap. Amaro da Costa
Guimarães, que segundo ele liderou a construção com a cooperação dos
fazendeiros, mandando buscar oficiais competentes em Pitangui. Afirma ainda,
que a capela estava incompleta em 1801 e que uma vez construída, o Cap. Amaro, com
esmolas e donativos dos fazendeiros tratou de construir o corpo da igreja na Praça
São Sebastião. O autor diz que estas informações foram fornecidas pelo
morador mais antigo da cidade, Manoel Ribeiro Caldas, ou seja, de fonte oral. Um
fato interessante é a construção de uma casa para os lados da localização do
atual santuário para guardar as imagens dos santos. Tal casa ficou conhecida
como Casa de Nossa Senhora e foi demolida em 1888. Para justificar sua posição
quanto à questão Carlos Corrêa enfatiza que o Cap. Amaro pouco tempo sobreviveu
ao início da construção já que faleceu em 1816; e que, Manoel Corrêa de Sousa
acompanhou as obras e o desenvolvimento do povoado até 1834 (No livro de
Waldemar de Almeida Barbosa consta que a nova matriz ainda estava em construção
em 1832); e ainda que nenhum dos fundadores superou sua perseverança nessa
obra. Afinal, quem tem razão?
Em 15 de agosto de 1799, mesmo
antes de serem concluídas as obras da nova matriz, o Reverendo Francisco Luiz
de Sousa (o primeiro vigário de Dores, que tomou posse um ano depois -1806- de
ser criada a paróquia em 1805) batizou Luiz, filho de José Francisco de Paiva e
Luiza Marques de Araújo e, no documento aparece o nome de Capela de Nossa
Senhora das Dores. Esse engano deve ter sido em função do nome da Freguesia, e
de ter sido a certidão lavrada pelo Padre Belchior Pinheiro de Oliveira,
vigário de Pitangui. Trata-se da mesma
igreja?
Em fim, por que Nossa Senhora das
Dores e São Sebastião?
Ao que tudo indica foi
determinante para isso o esforço e dedicação de D. Leonor Luisa de Portugal, esposa
de José Luis Saião, que possuíam sesmarias no sítio chamado Babilônia, perto da
Serra da Marcela e no sítio Capão Grosso, respectivamente.
Para concordarmos com Waldemar de
Almeida Barbosa, São Sebastião se explica em função de pestes recorrentes nos
sertões das Dores do Indaiá e, da devoção popular ao Santo protetor, que teria
levado a uma promessa coletiva contra as pestes, que assustavam as famílias dos
fazendeiros, seus agregados e um pequeno contingente de escravos.
Créditos:
João Sabino Ribeiro (Primeiro historiador de Dores do Indaiá
– Semanário “INDAIÁ” de 1906)
Carlos da Cunha Correia (Serra da Saudade)
Waldemar de Almeida Barbosa (História de Dores do Indaiá)
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