quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Um Paradoxo e uma Polêmica na história de Dores do Indaiá.

A velha Matriz de São Sebastião já demolida.

UM PARADOXO NA HISTÓRIA DE DORES DO INDAIÁ: Por que a “tosca e provisória capelinha colmada do Rancho da Boa Vista” dedicada a Nossa Senhora das Dores, a freguesia tendo Nossa Senhora das Dores como padroeira, e a igreja matriz construída tendo como orago São Sebastião?
A ideia de construção de uma igreja definitiva e de um povoado nasceu entre o povo, que já precisava de dois cemitérios, e porque se encontrava arruinada a capela do Rancho da Boa Vista.
“Quando se escoava na roda do tempo, a sumir-se nas dobras do passado o século XVIII, habitavam estas pitorescas e ubérrimas plagas sertanejas do vale do majestoso rio S. Francisco, aquém da lendária Serra da Saudade, entre outros os seguintes fazendeiros – Cap. Amaro da Costa Guimarães, na fazenda de Santa Fé; Manoel Gomes Batista, na fazenda dos Gerais; Cap. Elias Pinto Coelho, na fazenda do Sobrado; e Manuel Corrêa de Sousa, na fazenda dos Patos. Cogitavam estes fazendeiros fundar uma povoação onde pudessem ter mais prontos os recursos da religião cristã e da medicina, elevando suas vistas ao porvir e trazendo para este centro o melhoramento  e o comércio; entretanto, Manuel Gomes Batista pretendia que fosse na fazenda dos Gerais, ou nas suas imediações nas cabeceiras do córrego do Capim Branco e Córrego do Cemitério, nome este proveniente de um cemitério hoje abandonado que, naqueles tempos, aí existiu. O Cap. Elias Pinto Coelho também queria que fosse na sua fazenda do Sobrado, ou nas cabeceiras do Córrego de N. Senhora, onde existiu também um cemitério velho, abandonado, tendo apenas hoje, este e naquele, umas cruzes velhas que denotam seus lugares.” (João Sabino Ribeiro)
Outra polêmica é quanto a quem foi o responsável direto pela obra. Para Carlos Cunha Corrêa quem soube resolver a divergência sobre o local a ser construída a igreja, e levar a cabo tal empreendimento foi Manoel Corrêa de Souza, mantendo a escolha dos antigos, o mesmo local da arruinada capelinha, ou seja, na Praça São Sebastião (P. Lacerda), e foi ele quem doou cerca de seis alqueires de sua propriedade, que cercou com valos de 2m de largura por 2m de profundidade, além de fornecer materiais e dinheiro. Já Waldemar de Almeida Barbosa declara ter sido o Cap. Amaro da Costa Guimarães, que segundo ele liderou a construção com a cooperação dos fazendeiros, mandando buscar oficiais competentes em Pitangui. Afirma ainda, que a capela estava incompleta em 1801 e que uma vez construída, o Cap. Amaro, com esmolas e donativos dos fazendeiros tratou de construir o corpo da igreja na Praça São Sebastião. O autor diz que estas informações foram fornecidas pelo morador mais antigo da cidade, Manoel Ribeiro Caldas, ou seja, de fonte oral. Um fato interessante é a construção de uma casa para os lados da localização do atual santuário para guardar as imagens dos santos. Tal casa ficou conhecida como Casa de Nossa Senhora e foi demolida em 1888. Para justificar sua posição quanto à questão Carlos Corrêa enfatiza que o Cap. Amaro pouco tempo sobreviveu ao início da construção já que faleceu em 1816; e que, Manoel Corrêa de Sousa acompanhou as obras e o desenvolvimento do povoado até 1834 (No livro de Waldemar de Almeida Barbosa consta que a nova matriz ainda estava em construção em 1832); e ainda que nenhum dos fundadores superou sua perseverança nessa obra. Afinal, quem tem razão?
Em 15 de agosto de 1799, mesmo antes de serem concluídas as obras da nova matriz, o Reverendo Francisco Luiz de Sousa (o primeiro vigário de Dores, que tomou posse um ano depois -1806- de ser criada a paróquia em 1805) batizou Luiz, filho de José Francisco de Paiva e Luiza Marques de Araújo e, no documento aparece o nome de Capela de Nossa Senhora das Dores. Esse engano deve ter sido em função do nome da Freguesia, e de ter sido a certidão lavrada pelo Padre Belchior Pinheiro de Oliveira, vigário de Pitangui.  Trata-se da mesma igreja?
Em fim, por que Nossa Senhora das Dores e São Sebastião?
Ao que tudo indica foi determinante para isso o esforço e dedicação de D. Leonor Luisa de Portugal, esposa de José Luis Saião, que possuíam sesmarias no sítio chamado Babilônia, perto da Serra da Marcela e no sítio Capão Grosso, respectivamente.
Para concordarmos com Waldemar de Almeida Barbosa, São Sebastião se explica em função de pestes recorrentes nos sertões das Dores do Indaiá e, da devoção popular ao Santo protetor, que teria levado a uma promessa coletiva contra as pestes, que assustavam as famílias dos fazendeiros, seus agregados e um pequeno contingente de escravos.

Créditos:
João Sabino Ribeiro (Primeiro historiador de Dores do Indaiá – Semanário “INDAIÁ” de 1906)
Carlos da Cunha Correia (Serra da Saudade)
Waldemar de Almeida Barbosa (História de Dores do Indaiá)

Um comentário:

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