Quero
ter-te!
Jairo Melgaço
Quero ter-te
Toda,
Plena,
Completa,
Inteira,
Por dentro,
Por fora,
Como tu és agora,
Por baixo,
Por cima,
Por todos teus lados,
Por todos teus extremos,
Por todos teus montes,
Por todos teus vales,
Por toda tua pele,
Por sob teus cabelos,
Em pleno
Belo plenilúnio,
Claro como dia de noite,
Ao tempo aconchegante da
brisa noturna
Com cheiro de relva,
Com perfumes teus,
Que ora são
Nem muito doces,
Nem muito secos,
Nem muito amargos,
Que exalam do teu corpo
Como perfume de uma flor,
Que me procura,
Que me atrai
Como beija-flor
Pelo néctar,
Pela doçura
Do mel
Da flor,
Para que seja viva
A junção do desejo com o
desejado,
Da parte no teu único todo,
Que é só nosso,
Para sempre
Da mesma forma
Assim desta maneira.
Quero ter-te
Oh vibração corporal
Que me envolve como uma
concha afaga
Tua pérola,
Tua pedra preciosa,
Tua pedra original,
Rija e ardente
Na tua tão somente minha coisa
perfeita,
Que me abraça forte,
Que me aperta,
Que me envolve plenamente
quente,
No gostoso prazer intenso,
Que tende para a explosão
do êxtase,
Do pássaro em seu ninho
Na conformidade do nada
faltar,
Para a completude do prazer
De estar com e de com
estar,
Com a outra metade do fruto
Que gera a nova semente,
Para o humano ser
E continuar sendo,
Um ser para sempre humano,
Demasiadamente humano.
Quero ter-te
Oh puro sentimento
Que jorra de tuas
entranhas,
Que se verte
Em vida,
Em Pulsação,
Em Ritmo,
Em Embalo,
Em continuidade,
Em conformação de si mesmo,
Em de novo dia,
Em de novo vida,
Para ser vivida
Como de novo nascida,
Com somente tua nova chance,
De viver ainda
O não vivido,
O não sentido,
O não percebido,
O não recebido,
O não doado,
Por escolhas irreversíveis
Que se tornaram tua
realidade,
E te trouxeram
Para teu futuro de hoje,
Como está sendo
Desta forma,
Que te agrada ou não,
Que te incita a buscar novos
outros caminhos
Para meus braços,
Que te aceita
Que te aperta forte,
Que te segura,
Com toda ternura
Do desejo amoroso,
Sempre teu,
E somente teu.
Quero ter-te
Sempre agora,
Num único abraço
Da conjunção
Perfeita
Macia,
Da carícia
De nossos corpos,
Por sobre a verde relva úmida
do nosso calor,
Por sob a sombra da mais
frondosa árvore,
Por sobre as ondas do mar,
Por sobre a praia de areia
fina esbranquiçada,
Por sob o véu de noiva da
cascata do riacho,
Por sob o véu da neve
Que ao toque
Do pulsar de nossos
corações
Derrete-se toda,
Como tu ao toque meu,
Que é só teu,
Ante o exalado calor
Do mais forte fragor,
Do somente todo
Nosso único amor.
Quero ter-te
Sempre que permitir o Cosmos,
E enquanto o sol brilhar,
E a Terra girar,
E a mais bela estrela nos
acompanhar,
E o tempo não passar,
Ficando sempre da mesma
forma
Intensa da completude,
Da plenitude
Do nosso sendo agora,
Que só existe
Uma vez única,
E nunca mais!
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