Por que alguns escritores são considerados malditos? Por suas opiniões
contrárias a uma moral dominante? Pelos temas abordados? Lautréamont,
Baudelaire, Jean Genet, William Blake, Poe, Sade, Proust, Antonin Artaud, Kafka,
Emily Bronte¨, Michelet, Rimboud, Paul Verlaine, Alvares de Azevedo, Nelson
Rodrigues, Sousândrade, João
Antônio, Paulo Lemisnki, Alice Ruiz são alguns exemplos. A lista
vai longe. Teriam eles somente coisas condenáveis? Que critérios pertinentes e
quem teria o direito de julgá-los?
André Paul Guillaume Gide,
Prêmio Nobel de Literatura de 1947, nasceu em Paris em 22 de novembro de 1869 e
faleceu de congestão pulmonar, no dia 19 de fevereiro de 1951. No ano seguinte,
a Suprema Sagrada Congregação do Santo Ofício, em Roma, inscreveu sua obra
inteira no Index Lbrorum Prohibitorum.
“Que meu livro te ensine a
te interessares mais por ti do que por ele próprio – depois por tudo o mais –
mais do que por ti.”
...
“(...) passei três anos de
viagem a esquecer (...) tudo que aprendera com a cabeça.”
...
“Suprimir em si a ideia de mérito; eis uma grande prova para o
espírito.”
...
“A melancolia não é senão
um fervor que decaiu.”
...
“Todo ser é capaz de nudez;
toda emoção, de plenitude.”
...
“Nossos atos prendem-se a nós como a luz ao
fósforo. Consomem-nos, é certo, mas fazem nosso esplendor. E se nossa alma pode
valer alguma coisa foi porque ardeu com mais ardor do que algumas outras.”
...
“ASSUMIR O MAIS POSSÍVEL DE
HUMANIDADE, eis a boa fórmula.”
...
“O sábio é quem com tudo se
espanta.”
...
“Que o homem nasceu para a
felicidade, por certo toda a natureza o ensina. É o esforço para a volúpia que
faz germinar a planta, enche de mel a colmeia, e o coração humano de bondade.”
...
“Sonho com novas harmonias.
Uma arte das palavras mais sutil e mais franca; sem retórica; e que não procure
provar coisa alguma.”
...
“Ah, quem libertará meu espírito
das pesadas cadeias da lógica? Minha mais sincera emoção, ao exprimi-la, logo
se falseia.”
...
“A vida é talvez mais bela
do que os homens consentem que seja. A sabedoria não está na razão e sim no amor.
(...) Ó libertação! Ó liberdade! Até onde meu desejo puder estender-se irei.
Tu, que amo, vem comigo; eu te carregarei até lá para que possas ir mais longe
ainda.”
...
“Tudo que não sabes dar te
possui.”
...
“Senhor, Ah! dai-me a
felicidade de não esperar a morte para morrer.”
...
“Minha felicidade consiste
em aumentar a dos outros. Preciso da felicidade de todos para ser feliz.”
...
“Penso: logo sou. E
igualmente: sofro, respiro, sinto: logo sou. Pois se não pode pensar sem ser,
pode-se ser sem pensar.”
...
“É para a volúpia que se
esforça toda a natureza. (...) Ela dispõe a corola para os beijos dos raios de
sol, convida para as núpcias tudo que vive, (...) e faz a borboleta escapar da
prisão da crisálida. Guiado por ela, tudo aspira a um maior bem-estar, a mais
consciência e progresso... Eis porque encontrei mais ensinamentos na volúpia do
que nos livros; porque encontrei nos livros mais obscurecimento do que
claridade.”
...
“Não, não houve nem
diminuição de desejos, nem saciedade, com a idade; mas, amiúde, sentindo em meus
lábios ávidos o esgotamento demasiado rápido do prazer, a posse parecia-me de
menor valor que a procura e dia a dia mais ia preferindo a sede a matar a sede,
a promessa de volúpia à própria, a ampliação do amor à sua satisfação.”
...
“Oh, tudo o que não fizemos
e, no entanto teríamos podido fazer... pensarão eles, no momento de deixarem a
vida. (...) a hora que passa, passa definitivamente.”
...
“O medo do ridículo arranca de nós as mais
tristes covardias. (...) – pois se o futuro consentisse em ser unicamente a
repetição do passado, estaria nisso a consideração mais capaz de me arrancar
toda alegria de viver.”
...
“Quero mal a tudo o que
diminui o homem; a tudo o que tende a torná-lo menos sábio, menos confiante e
menos vivo.”
...
“Só me comprazo com o que
respira e pode viver. (...) Quero saber o que há de jactância em tua virtude,
de interesse em teu patriotismo, de apetite carnal e de egoísmo em teu amor.”
...
“Camarada, não aceites a
vida tal qual a propõem os homens. Não cesses de te persuadir que ela poderia
ser mais bela, (...) Quando começares a compreender que o responsável por todos
os males da vida não é Deus, que os responsáveis são os homens, não te
conformarás mais com esses males.”
...
“Nathanael, agora,
joga fora meu livro. Emancipa-te dele. Abandona-me. Deixa-me, (...) Estou farto
de fingir educar alguém.(...) Educar! – E a quem educaria, senão a mim mesmo?
Só te apegues em ti ao que sintas que não se encontra alhures senão em ti, e
cria em ti, impaciente e pacientemente, ah! o mais insubstituível dos seres.”
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