Qual foi a ideia que
Heidegger não quis reconhecer em Nietszche (Deleuze)? Para Nietzsche nunca
existiu o Ser. Ele negou o Ser. Junto com Heráclito passou a acreditar apenas
no vir-a-ser. O movimento eterno do
espaço-tempo no seu eterno retorno como conceito base de explicação da
realidade. Nada é, nem está, e nunca esteve parado, estático. Tudo é fluxo. Movimento (teleológico?) na direção do eterno
retorno do mesmo. Isto nos remete às possíveis respostas teoricamente aceitas
para a pergunta sobre o início do Universo, da realidade, se existiu algo antes
do Big Bang? Uma delas defende a ideia do eterno retorno do mesmo, na medida em
que explica o Universo no tempo, como uma eterna expansão-contração cíclica de
toda sua massa. Um Big Bang seguido de uma expansão do espaço-tempo até o seu limite,
o limiar da expansão, que se transforma em retração, fazendo todo o Universo se
reduzir novamente à bolinha de tênis, que explodira anteriormente, e que
novamente explodirá ao chegar ao antípoda daquele mesmo limiar da expansão, que
agora atinge o limiar da contração, que gera a energia necessária para a
explosão, começando tudo de novo. Partindo da opção por considerar esses
argumentos válidos, e concordando com o fato de que não existe Ser, que tal
coisa não passa de uma ideia que não se realiza enquanto realidade empírica,
uma vez que não é possível jamais fazer do Ser um mapa, por que sua paisagem não
existe, não existe uma Paisagem do Ser, porque não existe Ser, como fica
Parmênides neste contexto? Para que o Ser exista é preciso que a Natureza
resolva congelar seu fluxo vital, ou seja, seu ciclo de vida, sua existência.
Seria como se a Natureza resolvesse ser o que nunca foi, como ser um quadro no
rolo de filmagem de uma história com duração de no mínimo alguns muitos
bilhões de anos. Não dá para parar o filme para o Ser ser. Tornar-se Ser.
Porque o conceito de Ser para se adequar à coisa que designa, que dá nome ou,
por outro lado, substitui no raciocínio, na utilização da razão, para que seja
possível pensar o Ser, primeiro precisa que a coisa de fato exista. Como não
existe Ser não existe filosofia do ser, ontologia? Ou a ontologia teria como
sua preocupação primeira o Sendo? Como
ficaria, então, a questão da filosofia de Heidegger ser um dos pilares da ética
contemporânea? Entretanto, a quem pode interessar tal questão?
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