segunda-feira, 29 de junho de 2015

Crônica I: Estou aproveitando minha vida?

Explicação inicial - O título que foi escolhido para essa nova modalidade de texto do blog poderia ser outro com certeza. Talvez “Reflexões diárias”; continuar com “Prosopopeia” ou “Retomando o papo”; “Diário” ou coisa parecida; não estou preocupado com rigores relacionados com gêneros literários. Posso me regalar com essa liberdade. Talvez seja isso uma forma de aproveitar a mina vida.   

Crônica I: Estou aproveitando minha vida?


Limbo – onde os sem inspiração e motivo para escrever se escondem (no meu caso específico aqui mais ou menos o tempo de geração de um ser humano – desde setembro do ano passado). Afinal, por que escrever? Existe isso – necessidade de escrever? Caso exista deve ser alguma coisa do tipo freudiano. Escrever é também uma forma de aproveitar a vida? Afinal o que é aproveitar a vida? O sensu comum costuma fazer-se essa pergunta. As respostas quase sempre se traduzem numa lista de situações agradáveis e felizes, sendo muito complicada a possibilidade de uma fórmula geral e consensual, ou até mesmo de cunho filosófica. Não podemos evidentemente desconsiderar a contribuição de diversas filosofias, a sofística e o existencialismo, por exemplo. No entanto, as respostas do sensu comum costumam ser do tipo: “viver sem ter que se preocupar com dinheiro; ter um bom emprego; casa própria; carro; encontrar seu grande amor; ser respeitado na comunidade da qual faz parte; ser moralmente correto; ocupar-se apenas com a própria vida; acreditar em uma força maior, ter a certeza da presença dessa força nos vários momentos da vida; ter tempo livre para escolher o que fazer sem ter que prestar contas a ninguém; satisfazer suas vontades pessoais ligadas a todas as facetas da vida (arte, cultura, ciência, esporte, filosofia, andar de bicicleta, nadar, amar, beijar, fazer amor, viajar, praia, estar com amigos e familiares, ter um filho, escrever um livro, plantar mais de uma árvore, pescar, jogar truco, pegar um porre, cantar e tocar um instrumento, comer cardápios variados, beber bons vinhos, trabalhar a terra; estar atualizado com a mídia e redes sociais; enfim, uma lista interminável na medida em que cada um coloque suas preferencias: que tal você estabelecer sua própria lista e caso não possa realizar algumas delas, se preocupar em planejar uma futura realização delas)”. Aqui podemos considerar a distinção entre felicidade e momentos felizes? Como seria uma resposta que tomasse por base o conceito filosófico de felicidade?


Quais seriam as respostas enquanto o oposto das anteriores?  Costumam dizer que alguns gostam dos olhos e outros da remela. Pode ser a satisfação pessoal de alguém na sua compreensão do que seja aproveitar a vida esse oposto? Aos 21 anos alguém que resolve entrar atirando em uma igreja onde as pessoas estão rezando, procurando matar o maior número possível de fiéis - que escolha é essa afinal. Tantas outras opções quando se tem juventude, saúde, etc., mas a escolha é aquela. Quais as recompensas para tal ato? Morte, cadeia, repúdio humano, ódio, vingança? Que escolha é essa? Promover-se pessoalmente com a desgraça dos outros... Que opção é essa?  Optar por uma vida imoral vale a pena? Que necessidade é essa de cuidar da vida dos outros? Penso que na maior parte dos casos (é certo de que outros motivos podem ser apontados) trata-se de uma forma de autopromoção. Ao desmerecer o outro, ao mostrar para todo mundo o que o outro tem de pior, o mexeriqueiro se mostra superior e sem tais vícios, massageando seu próprio ego.  


O que determina nossas escolhas? Oportunidades? Trabalho duro voltado para realização dos sonhos pessoais? Imposição da vida vivida? Gênio ruim? Falta de educação e orientação para a vida? Lavagem cerebral? Acredito que seja tudo isso e mais um monte de motivos, nos quais (com base nos valores humanistas e humanitários) infelizmente a opção é pelo mau e mal em detrimento do bem e bom... Na verdade, uma questão de valores.


E eu? Enquadro-me no quê? Estou fazendo as escolhas certas? Estou aproveitando minha vida? Estou em harmonia com uma força transcendente (Deus), e da mesma forma com os demais seres humanos e com a Natureza? Avaliemos... Ainda pode estar em tempo de mudar algumas coisas em nossas vidas... Com certeza chegará um tempo em que isso não será mais possível.


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