domingo, 8 de novembro de 2015

A Morte

A Morte.

A morte tem lugar em todos os seres vivos. Dante não poderia  escrever a Divina Comédia sem a morte. Os filósofos sem a morte não teriam uma de suas questões fundamentais. Os existencialistas não teriam motivo para existir. Médicos seriam desnecessários:
            "não importa a doença que vou ter que lutar contra, afinal o fim não         existe, posso passar por alguns desconfortos, mas existem os analgésicos e a morfina...

Com dor não pode existir vida no sentido pleno! Essa coisa depende de alguns pressupostos básicos e entre eles com cerveja  a ausência de dor.
As formas de tentar entender, aceitar, superar o fato de que o homem seja um ser para a morte varia tanto quanto a morte se manifesta por todos os lugares, e como não poderia deixar de ser, por todos os tempos...

O indivíduo e a sociedade tratam de forma diferente a morte. Individualmente, por um lado, as pessoas querem ter a maior quantidade de primaveras e, por outro, a intensidade das sensações consideradas prazerosas. Claro que não podemos desconsiderar o prazer de ter uma vida sem sensações intensas, mas apenas corriqueiras e rotineiras.

Muitos artistas podem ser incluídos como optantes da opção por extremos sensitivos, e isso parece implicar no fato das suas reincidentes mortes precoces.
Beber ou não? Fumar ou não? Ou isso ou aquilo? (Cecília Meirelles) Na vida qual o custo benefício de nossas escolhas? Sem respostas pautadas em hipocrisias teríamos que considerar em que contextos elas estão presentes.

Por exemplo: num grupo de adolescentes todos buscando popularidade e sucesso no grupo e, principalmente com o relação ao  sexo oposto (ou não) desejado com sua característica falta de experiência e maturidade pessoal, não tem a menor chance de nadar contra a maré: vira um Maria vai com as outras, e jamais consideram o questionamento aqui considerado, que dificilmente passa pelas suas cabeças, salvo em situações em que possuam pais ou escolas que se preocupam em abrir-lhes os olhos, proporcionando a avaliação e análise de suas escolhas melhor orientadas.

Caso um deus lhe procurasse e dissesse que daria a você uma nova chance, uma nova oportunidade de escolha para o andamento de sua vida. Por exemplo você de novo com 20 anos:
                        "Calça nova de riscado \ Paletó de linho      branco, que até o             mês passado lá no campo inda era flor \ sob o meu chapéu quebrado \ um sorriso ingênuo e franco \ de um rapaz novo encantado \ com  vinte anos de amor... (Fagner)

Voltar e optar dessa vez por viver sem nenhum estímulo externo, artificial ou não. Apenas o que a natureza lhe proporcionou no seu nascimento: seu corpo, sua mente e, provavelmente seu espírito. Enfim, a opção por uma vida pautada no evitar tudo que signifique possíveis problemas futuros, principalmente relacionados à saude, à longevidade quantitativa do percurso na estrada da vida.
Estatisticamente seria interessante avaliar a incidência de mortes precoces e casos de longevidade. São comuns os exemplos apresentados pela mídia de pessoas que superaram o limite dos 100 anos. Rotina de vida regrada, pouca, diversificada e saudável alimentação, (sem drogas principalmente) atividade física e mais um monte de receitas consideradas fundamentais para uma maior longevidade...   
Pelo menos até agora 15 artistas morreram com 27 anos de idade: Alexandre Levy (o primeiro), Robert Johnson,Nat Jaffe, Alan "Blind Owl" Wilson, Brian Jones, Ron "Pigpen" McKernan, Pete Ham, Jimi Hendrix, Jimi Hendrix, Gary Thain, Jacob Miller, Janis Joplin, André Fredrik Pretorius, Kurt Cobain, Amy Winehouse.
(Janis Joplin)
Quando você analisa suas escolhas pessoais a maioria deles optou pelos estímulos sensoriais, na forma de variadas drogas, para beber, fumar, cheirar, injetar. Quantos não artistas (anônimos) poderiam ser incluídos nessa lista???Quantos desses mudariam suas vidas mudando as opções com o objetivo de passar dos 27? Nunca teremos uma resposta para essa pergunta. Mas cada um de nós pode respondê-la em certos momentos determinados de nossas vidas.
Enfim, não existe uma resposta social de consenso que dê conta da resposta individual. Nessa questão as opiniões da comunidade podem ser divulgadas de forma intensiva na mídia, porém jamais como imposição definitiva ao indivíduo, que tem sua própria vida em suas mãos. Nenhuma relação aqui com livre arbítrio, que faz parte do contexto religioso.

A morte é o horizonte do homem. Viver sob seu manto o tempo todo, tentando ludibriá-la por mais tempo possível, ou viver sem considerar sua existência, tanto faz. O instante pertence a cada um que respira, e o ar que vai colocar em seus pulmões tem que ser de acordo com sua vontade. Tanto faz morrer agora ou depois. Como Epicuro penso que o morto não poderá se manifestar quanto à sua própria morte, pelo simples fato das limitação de sua condição de morto.

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