Em talvez raros momentos em nossas curtas vidas paramos por alguns segundos diante de uma retrospectiva interrogativa: como me tornei o que sou hoje? Várias imagens de momentos, de pessoas, de lugares, de coisas boas e ruins surgem desorganizadamente e a gente começa a tentar identificar o que teria sido essencial, determinante. Família, trabalho, educação, amigos e inimigos, infância, adolescência, fase adulta, ser marido oficialmente duas vezes e informalmente mais duas, ser pai, ser filho, ser irmão, colega de faculdade, colega de trabalho, as diversas fases dos namoros, o relacionamento com as esposas, o futebol, o truco e o buraco, o violão, a clarineta e o saxofone, os festivais de música, a participação na banda e na Casa de Cultura de Dores do Indaiá onde nasci, me casei pela segunda vez, e moro atualmente; São Paulo onde vivi 11 anos, Belo Horizonte onde fiz mestrado, Bom Despacho onde me casei pela primeira vez e morei 16 anos e. quem sabe futuramente morar em uma cidade do nosso litoral; o primeiro automóvel ("Maveric" rebaixado vidro fumê, rodas de magnésio), a primeira moto (RX 180), as mudanças de mentalidade, a relação com o conhecimento, principalmente com a Filosofia e profissionalmente com a Geografia, a USP na década de 80, a PUC-MG e a UFMG, o trabalho e a vida na FASF-LUZ e na Faceb/BD... vai se formando um cordão sem fim de rememorações, recordações e expectativas futuras. De uma coisa tenho certeza: mudaria pouca coisa na minha trajetória. Não mudaria nada na infância, seria um pouco menos ingênuo na adolescência, teria escolhido melhor em quem confiar emocionalmente na fase adulta.
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