Podemos falar de música. Que incrível invenção humana inspirada no
ritmo natural das coisas que em muitas situações a regularidade impõe-se
fazendo-nos acreditar em determinações naturais nas quais determinados
acontecimentos ciclicamente ocorrem de forma mais ou menos semelhante, e que ao
longo do tempo geológico vai se transformando, deixando para trás o paleo e
fazendo surgir o presente novo forjado no berço da Natureza, na verdade da
Segunda Natureza, a humana ou podemos dizer que a música seja também um Don
natural: a Primeira Natureza canta? Quem acredita que o vento sibilando por
entre os galhos e folhas de uma árvore, que benção de Deus esse ser: uma
árvore. Quem é que nunca namorou uma árvore, no bom sentido de estar com os
olhos vidrados e tendo uma sensação agradável de uma relação eu e a árvore.
Adoro admirar árvores do cerrado, aquelas mais ou menos redondinhas com troncos
fortes e retorcidos com folhas verdes enormes e arredondadas. Dá vontade de ir
ficar bem debaixo dela como um pintinho debaixo da galinha. Não sei se converso
comigo mesmo ou na verdade estou conversando com minha companheira árvore: que
canta, que pode cantar no vento o seu assovio às vezes alegre e às vezes tenebroso.
De onde o homem retirou sua inspiração para criar a música? No canto dos
pássaros? Nos sons diversos dos animais? Parece não haver dúvida disso. Mas
também podemos pensar que converso comigo tendo como cúmplice a minha amiga
árvore que vem para me dar sossego e sombra, além da companhia é claro.
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