terça-feira, 5 de junho de 2012


Podemos falar de música. Que incrível invenção humana inspirada no ritmo natural das coisas que em muitas situações a regularidade impõe-se fazendo-nos acreditar em determinações naturais nas quais determinados acontecimentos ciclicamente ocorrem de forma mais ou menos semelhante, e que ao longo do tempo geológico vai se transformando, deixando para trás o paleo e fazendo surgir o presente novo forjado no berço da Natureza, na verdade da Segunda Natureza, a humana ou podemos dizer que a música seja também um Don natural: a Primeira Natureza canta? Quem acredita que o vento sibilando por entre os galhos e folhas de uma árvore, que benção de Deus esse ser: uma árvore. Quem é que nunca namorou uma árvore, no bom sentido de estar com os olhos vidrados e tendo uma sensação agradável de uma relação eu e a árvore. Adoro admirar árvores do cerrado, aquelas mais ou menos redondinhas com troncos fortes e retorcidos com folhas verdes enormes e arredondadas. Dá vontade de ir ficar bem debaixo dela como um pintinho debaixo da galinha. Não sei se converso comigo mesmo ou na verdade estou conversando com minha companheira árvore: que canta, que pode cantar no vento o seu assovio às vezes alegre e às vezes tenebroso. De onde o homem retirou sua inspiração para criar a música? No canto dos pássaros? Nos sons diversos dos animais? Parece não haver dúvida disso. Mas também podemos pensar que converso comigo tendo como cúmplice a minha amiga árvore que vem para me dar sossego e sombra, além da companhia é claro.

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