Quadros de Infância
Jairo Melgaço
O Mundo de repente aberto
ao meu futuro,
No fim das águas de verão,
Quando
o Brasil logo logo, na Suécia, campeão;
Dos braços maternos do
aconchego,
Que da mesma forma nunca mais será,
Às Dores do Indaiá.
Largo espaço mineiro ao meu
comando.
Braços fortes vegetais que
não se deixam estalar,
Das jabuticabeiras e mangueiras,
Ao peso dos corpos voando,
No quintal brincando,
Daqui
prá li e dali prá cá.
O gado de ossos na lida;
De palitos de picolé o curral;
O caranguejo pescado na
bolinha de cera,
Bem debaixo dos pés;
A água do balde preso no
barbante,
Ali bem perto do bananal,
Compõem no tempo,
O espaço
pleno da minha primeira presença total.
Torrões e flechas ao seu
destino voando,
No faroeste das guerras.
Nas avermelhadas terras do
barranco afora,
O surf no lombo das
bananeiras.
Bem perto dos quadros
Com
molduras cintilantes da abóboda celeste,
Das roupas sob o sol,
Coloridas e brilhantes frutos do pincel das lavadeiras.
Momentos com significados
de vida especial,
Iguais a estes só mesmo
tendo de presente
Um privilégio natal,
Quisera eu poder doar-te
Para cada uma das crianças em geral,
E seria diferente esse
mundo
Bem menos cheio de mal.
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