LIBERTAÇÃO
Sou um poeta quase místico:
A vida é bela quando é um êxtase.
A vida é bela quando é um êxtase.
Ah! Não ter um pensamento, um só pensamento no
cérebro,
não vigiar a vida, a vida inquieta, a vida múltipla da sensualidade,
mas vivê-la, de olhos cerrados, num silêncio cheio de ritmos;
não ouvir as palavras frias que mudam o destino,
ou que o fazem semelhante a um autômato;
e saber a toda hora,
saber sempre,
que a vida é bela quando é um êxtase.
não vigiar a vida, a vida inquieta, a vida múltipla da sensualidade,
mas vivê-la, de olhos cerrados, num silêncio cheio de ritmos;
não ouvir as palavras frias que mudam o destino,
ou que o fazem semelhante a um autômato;
e saber a toda hora,
saber sempre,
que a vida é bela quando é um êxtase.
MEU CORAÇÃO
Penso agora nos mortos que não tem
nome,
nos vivos que não tem nome;
penso agora naqueles que vieram cedo demais e se cansaram,
e naqueles que chegaram depois que todas as portas já estavam fechadas.
Penso agora na sede do homem desesperado que se deixou ficar no deserto;
nos que lutaram inutilmente por caminhos que não levaram a nada;
nos que se calaram, porque compreenderam,
e nos que disseram todas as palavras e não foram compreendidos.
nos vivos que não tem nome;
penso agora naqueles que vieram cedo demais e se cansaram,
e naqueles que chegaram depois que todas as portas já estavam fechadas.
Penso agora na sede do homem desesperado que se deixou ficar no deserto;
nos que lutaram inutilmente por caminhos que não levaram a nada;
nos que se calaram, porque compreenderam,
e nos que disseram todas as palavras e não foram compreendidos.
Por que foi que, de repente,
todas as vidas se somaram
para me envolver neste momento?
Meu coração se multiplica:
agora é apenas meu coração que está palpitando no mundo.
todas as vidas se somaram
para me envolver neste momento?
Meu coração se multiplica:
agora é apenas meu coração que está palpitando no mundo.
TRÊS CAMINHOS
tantos caminhos andei.
O primeiro era de nácar,
de rosa pura o segundo.
O terceiro era de nuvem,
no terceiro te encontrei.
O primeiro já trazia
teu nome brilhando no ar.
Não era nome da terra:
cantava coisa do mar.
Logo senti que o segundo
já era estrada de encantar.
Mas, o terceiro, o terceiro
quantas voltas não foi dar!
Deixou meu corpo na terra,
Meu coração no alto mar.
Virou vento, virou bruma,
perdeu-se, rápido, no ar.
FOI INÚTIL
"Estás em tudo que penso,
Estás em quanto imagino."
Manuel Bandeira
Estás em quanto imagino."
Manuel Bandeira
Entre nós dois, que puseram?
O mar, o rio, a floresta?
Levantaram tanta pedra,
levantaram tanto muro,
gritaram tantas palavras...
O mar, o rio, a floresta?
Levantaram tanta pedra,
levantaram tanto muro,
gritaram tantas palavras...
Mas, de que foi que valeu?
Que foi que valeu tudo isso:
O mar, o rio, a floresta,
tanto muro, tanta pedra,
e tantas, tantas palavras,
se estás em tudo que penso,
se estás em quanto imagino?
O mar, o rio, a floresta,
tanto muro, tanta pedra,
e tantas, tantas palavras,
se estás em tudo que penso,
se estás em quanto imagino?
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