terça-feira, 10 de julho de 2012

Prosopopeia IV


Começando com John Stuart Mill nessa outra prosopopeia (não por acaso já que ele teve um pai-professor-orientador James Mill que eu sempre admirei e vi como modelo a ser seguido na formação dos filhos): Somos soberanos sobre nossos corpos e nossas mentes até que ponto? Que fatores são definitivos para que consigamos expandir os limites do nosso mundo concomitantemente com o mundo dos que queremos bem? Podemos pensar em diversos tipos de recursos para tanto, tais como intelectuais, psicológicos, financeiros, e assim por diante. Os denominados recursos pessoais neles incluídas as condições de convivência e do cotidiano da nossa vida privada, cada dia menos privada e tão mais pública, por mais que se queira o contrário. Vivemos num mundo onde os olhos observadores de todas as nossas circunstâncias estão cada vez mais por toda parte. A liberdade de ser assim ou assado de fazer isto ou aquilo já não é mais do mesmo jeito. Que implicações surgem a partir do reconhecimento de que nosso corpo e mundo são uma coisa só? Seria apenas uma reedição de uma antiga ideia de que tudo seja um, que existe uma totalidade de todas as coisas presente nas filosofias ocidental e oriental? Acaba por deixar de fazer sentido que os limites do mundo sejam os limites do nosso campo de visão como queria Schopenhauer, pois simplesmente tais limites desaparecem como fumaça no ar. Para ele nossa separação do mundo não passa de ilusão. Acreditava na existência de uma vontade universal da qual as nossas vontades individuais seriam uma coisa só. Uma totalidade como essa não condiz com limites internos separando partes também internas a esses limites. Uma coisa não condiz com a outra. Observações e experiências limitadas que compõem nossa versão pessoal do mundo ainda existem e continuam limitando os limites desse nosso mundo vivido? Infelizmente parece que sim. Quanto obscurantismo ainda nesse mundo nosso de cada dia! Não sei se vale a pena questionar a questão da legalidade. Tal possibilidade independente de ser dentro ou fora da lei? Ou é esta outra questão e o que importa aqui é a liberdade de escolher o que se vai viver agora e daqui a pouco e pronto e acabado? Particularmente e sem hipocrisia prefiro as escolhas que estejam dentro da lei. Acho que dessa forma utilizo o bom senso. Afinal quem não quer a segurança necessária para fazer suas escolhas com a garantia de que uma força externa não nos possa privar de nossa liberdade, do nosso direito de ir e vir, por exemplo. Acredito na utilidade prática do uso do bom senso, porém sabemos da existência de leis injustas. No caso de nos depararmos com alguma delas não vejo porque não protestar de forma não violenta para não deixar que elas criem raízes definitivas. Quem duvida que lei e justiça nem sempre estão bem casados? Infelizmente em muitos casos o casamento é com a injustiça. Os argumentos jurídicos são muito interessantes. Um único exemplo: “contra fatos não há argumentos” versus “neste caso os fatos são irrelevantes o que importa é a norma”. Afinal como é que fica? Prosopopeia também? 

Nenhum comentário:

Postar um comentário