Começando com John Stuart Mill nessa outra prosopopeia
(não por acaso já que ele teve um pai-professor-orientador James Mill que eu sempre
admirei e vi como modelo a ser seguido na formação dos filhos): Somos soberanos sobre nossos corpos e nossas
mentes até que ponto? Que fatores são definitivos para que consigamos
expandir os limites do nosso mundo concomitantemente com o mundo dos que
queremos bem? Podemos pensar em diversos tipos de recursos para tanto, tais
como intelectuais, psicológicos, financeiros, e assim por diante. Os denominados
recursos pessoais neles incluídas as condições de convivência e do cotidiano da
nossa vida privada, cada dia menos privada e tão mais pública, por mais que se
queira o contrário. Vivemos num mundo onde os olhos observadores de todas as
nossas circunstâncias estão cada vez mais por toda parte. A liberdade de ser
assim ou assado de fazer isto ou aquilo já não é mais do mesmo jeito. Que
implicações surgem a partir do reconhecimento de que nosso corpo e mundo são
uma coisa só? Seria apenas uma reedição de uma antiga ideia de que tudo seja
um, que existe uma totalidade de todas as coisas presente nas filosofias ocidental
e oriental? Acaba por deixar de fazer sentido que os limites do mundo sejam os
limites do nosso campo de visão como queria Schopenhauer, pois simplesmente
tais limites desaparecem como fumaça no ar. Para ele nossa separação do mundo
não passa de ilusão. Acreditava na existência de uma vontade universal da qual
as nossas vontades individuais seriam uma coisa só. Uma totalidade como essa
não condiz com limites internos separando partes também internas a esses
limites. Uma coisa não condiz com a outra. Observações e experiências limitadas
que compõem nossa versão pessoal do mundo ainda existem e continuam limitando
os limites desse nosso mundo vivido? Infelizmente parece que sim. Quanto
obscurantismo ainda nesse mundo nosso de cada dia! Não sei se vale a pena
questionar a questão da legalidade. Tal possibilidade independente de ser
dentro ou fora da lei? Ou é esta outra questão e o que importa aqui é a liberdade
de escolher o que se vai viver agora e daqui a pouco e pronto e acabado? Particularmente
e sem hipocrisia prefiro as escolhas que estejam dentro da lei. Acho que dessa
forma utilizo o bom senso. Afinal quem não quer a segurança necessária para
fazer suas escolhas com a garantia de que uma força externa não nos possa privar
de nossa liberdade, do nosso direito de ir e vir, por exemplo. Acredito na
utilidade prática do uso do bom senso, porém sabemos da existência de leis
injustas. No caso de nos depararmos com alguma delas não vejo porque não
protestar de forma não violenta para não deixar que elas criem raízes
definitivas. Quem duvida que lei e justiça nem sempre estão bem casados?
Infelizmente em muitos casos o casamento é com a injustiça. Os argumentos
jurídicos são muito interessantes. Um único exemplo: “contra fatos não há
argumentos” versus “neste caso os
fatos são irrelevantes o que importa é a norma”. Afinal como é que fica?
Prosopopeia também?
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